Dois dedos por favor

HISTÓRIAS ERÓTICAS PARA MULHERES LIVRES. SE INSPIRE E DESPERTE A SUA IMAGINAÇÃO PARA SENTIR NA INTENSIDADE QUE VOCÊ DESEJA. CONTOS PARA GOZAR, SE DELEITAR. NA VIDA, NO QUARTO E NA CAMA.

Dois dedos tocando a parte interior de um melão

Demorei um tempo até entender que eu e a Rafa éramos mais do que amigas. Os benefícios da amizade colorida vieram depois de meses de flerte que, primeiro, passaram despercebidos. Depois, foram ganhando um tom de maldade à medida que se tornaram confissões. Nossas conversas sobre sexo ganhavam uma tensão especial quando começávamos a falar sobre nossas experiencias anteriores, gostos e estratégias de prazer. Ambas começamos a nos interessar também por meninas ainda na adolescência em meio a toda aquela atmosfera de descoberta, temperada por um caldeirão de hormônios em ebulição. Hoje, quase aos 30, compartilhávamos dessas lembranças com afeto e risadas – porque, vejam só: ambas nos descobrimos bissexuais. 

Assistia com fascínio ela me contar como gostava de gozar. Ouvia tudo atenta, como quem descobre uma coisa muito importante (e não quero nem imaginar a cara de boba que fazia enquanto isso!). Em uma dessas conversas, ela me contou que adorava quando era provocada quase até implorar, que quanto mais a pessoa suspendesse o desejo e a tensão, mais ia ficando molhada e com vontade. “Tipo o que acontecia comigo enquanto imaginava essa cena”, pensei enquanto esboçava um riso em concordância.

Com o tempo, nossos encontros com confissões de transas e aventuras foram se tornando mapas de um tesouro. Além de imaginar as coisas que ela gostava, passei eu mesma a me conhecer mais e a experimentar aquela posição que ela tentou, a exploração de um cantinho esquerdo do clitóris – que, para ela, era o melhor lugar para se tocar –, as marcas de vibradores... Mas nada tomava mais minha cabeça do que imaginar quanta provocação seria necessária para que ela se derretesse inteira em minha mão. 

Já havíamos trocado alguns beijos de brincadeira em uma festa ou outra, mas nunca havíamos transado. Até que, um dia, impaciente e tomada pelo ciuminho que sempre sentia quando ela me contava uma história envolvendo outra mulher, criei coragem e a desafiei:

— Aposto que eu faria melhor — disse, e já fui sentindo meu rosto corando e as borboletas me subirem a barriga.

Ela ficou séria em um primeiro momento, depois riu:

— Tenho certeza de que sim, a gente se conhece tanto...

Estávamos no sofá da minha sala, e, ao dizer isso, ela se aproximou, ajeitou meu cabelo por trás da orelha e me beijou sem brincadeira, sem festa, sem bebida. Estávamos sozinhas e livres para vivermos aquele momento da forma como bem quiséssemos. Ela usava camiseta e short; eu, um robe de seda. Nossos corpos se voltaram um para o outro e, aos poucos, fomos nos aproximando entre os beijos que já conhecíamos na prática e todo o percurso de prazer que só sabíamos, uma da outra, em teoria. Era um fim de tarde, e a sala estava iluminada por uma fresta de sol, que diminuía com o avançar dos minutos. A TV seguiu ligada, indiferente a nossos movimentos, mas foi silenciada assim que nos provocou uma crise de riso em meio aos beijos por causa de um comercial de Hortifruti. Assim não dava, né... 

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Aos poucos, nossas roupas foram caindo, começando por mim, que usava um desobediente robe de seda, que deslizava a cada movimento. Tirei sua blusa, a deixando de sutiã de renda, e me ajoelhei em sua frente, me lembrando de um de seus gostos que estavam marcados em minha mente: puxar a renda para o lado pode ser melhor do que tirar tudo. Passeei por seus peitos com as mãos, terminei beliscando de leve um dos mamilos e comecei a beijá-los, alternando entre chupadinhas, lambidas e mordiscadas de leve, que me deram como resposta os gemidos que tanto havia imaginado.

Sua respiração começou a ficar mais ofegante quando desabotoei seu short e não o tirei, deixando aquele caminho em suspenso e seguindo para o meio de suas coxas com beijos, mordidas e lambidas cada vez mais próximas da vulva – próximo e quase lá! Percebi sua impaciência quando deu uma respirada mais forte em meio a um gemido. Ela levantou os quadris e terminou ela mesma de tirar o short, quase se esfregando em minha cara, e o atirando para longe, decorando minha sala com peças de roupa espalhadas. Quando se sentou de volta no sofá, a encarei por uns segundos em silêncio e maravilhada, enquanto subia e descia de leve com os dedos pelas suas pernas. Ela usava uma calcinha também de renda, dessas que são engolidas pela vulva e nádegas em qualquer movimento, e, mais uma vez, seguindo sua pista, deslizei com os dedos por cima da calcinha, sentindo seus pelos como quem toca algo muito delicado e importante. Mais um gemido seguido de uma risada, e pronto: com essa expectativa, ela estava na minha mão.

Beijei a parte de dentro das suas coxas e passeei bastante com a língua até chegar perto da vulva. Respirei forte, bem devagar, e a beijei por cima da renda, me fazendo de desentendida, e ela começou a rebolar de um jeito que a calcinha seguiu o curso do movimento e deslizou um pouco para o lado, deixando apenas uma metade exposta. Continuei o beijo e segui com as lambidas até alcançar seu clitóris, que já estava duríssimo. Com o tempo, minha saliva se misturou com o mel que começava a escorrer desse beijo, e terminei de puxar a calcinha para o lado, deixando meu dedo indicador parado na entrada de sua buceta, sem interromper a chupada. Essa foi a deixa para que ela começasse a rebolar, de forma que meu dedo começou a penetrá-la, quase sem esforço de minha parte. Foi aí que comecei a provocá-la mais e a afastar o dedo de propósito para que ela rebolasse e insistisse, jogando a buceta na minha cara, completamente derretida, e seguindo nessa dança até quase me implorar, entre gemidos:

— Dois dedos, por favor…

Atendi ainda com a boca ocupada e com uma risada molhada. Encaixei os dois dedos e comecei a penetrá-la, deslizando num vai e vem, maravilhada com todas as caras, barulhos e fluidos que saíam daquela mulher na minha mão, até sentir seu canal se contraindo várias vezes seguidas, me entregando um gemido de explosão e um rio, que agora desaguava da minha mão para o sofá, enquanto o corpo, ainda trêmulo, desabava, me puxando para um abraço – agora mais calmo, com a serenidade de quem conseguiu o que tanto pediu há poucos instantes.

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