Orgasmo - A pequena morte
por Afrodite Anônima
em Jan 20, 2023
HISTÓRIAS ERÓTICAS PARA MULHERES LIVRES. SE INSPIRE E DESPERTE A SUA IMAGINAÇÃO PARA SENTIR NA INTENSIDADE QUE VOCÊ DESEJA. CONTOS PARA GOZAR, SE DELEITAR. NA VIDA, NO QUARTO E NA CAMA.
Lá fora a casa emana paz com as crianças dormindo. Enquanto ajeitava as últimas coisas para deitar me deparei com a cortina correndo solta, e, o primeiro arrepio que denunciou a proximidade do tesão veio do vento quente e úmido da chuva de verão que se aproximava. Antes de fechar as cortinas e a janela, parei por uns instantes e senti a brisa me invadindo, acordando meu corpo com arrepios enquanto espiava algumas das poucas luzes acesas nos apartamentos ao redor.
Voyeur que sou, gosto de imaginar como as pessoas se preparam para dormir e construo pequenas fanfics na minha cabeça sobre os vizinhos que enxergo ao longe: fantasio punhetas, shortinhos, cuecas e lingeries que vez ou outra escapam pelas cortinas. O pensamento corre solto por entre essas luzes e quando os primeiros pingos anunciam a chuva grossa que está por vir, termino de fechar a casa e vou para o quarto. Alguma coisa despertou aqui, dentro de mim...
De banho tomado e com os cabelos presos para o alto, me livro da toalha enrolada ao corpo e sigo sem roupa mesmo para a frente do espelho, acendendo uma vela próxima a cabeceira para deixar o quarto com um clima aconchegante. Começo massageando minha nuca e orelhas e logo desço pelo corpo, deslizando um óleo pelas minhas curvas e me concentrando nas sensações do deslize por minha pele.
Enquanto percorro mãos e dedos pelo meu corpo, me lembro dos tantos amantes que passearam por aqui, além de claro, das delícias que eu mesma já provoquei. Faço esse caminho enquanto encaro minhas curvas em frente ao espelho e entendo tudo: estou em um desses dias em que o tesão arde forte por nosso corpo.
Meu carinho percorre a pele sem distinções: desbrava linhas, cicatrizes e as tantas marcas que acompanham minha história. Dizem que amar o próprio corpo é uma revolução, não é mesmo? E do ponto em que estou, atenta ao tesão que queima por aqui, esse amor também anuncia uma festa.
Me ajeito na cama e sigo um instinto que pede para eu me roçar por onde der. Assim, ajeito um travesseiro entre as pernas e sentada sigo meu passeio pelo corpo enquanto minha vulva anuncia que está acompanhando a situação e também começa a se lembrar das delícias que só eu posso me proporcionar com um toque assim – mas me pede para aumentar a intensidade, o que eu atendo, encaixando as mãos por debaixo do travesseiro e formando uma protuberância até um ponto em que não havia mais volta a não ser seguir o fluxo de movimentos. Se encaro o espelho agora, vejo uma mulher à vontade, entregue ao próprio tesão. Por muito tempo tentei seguir roteiros de uma masturbação estética em frente aos meus amantes, o que para eles até parecia bonito mas para mim era pura performance. Esse tempo acabou e hoje quem deita em minha cama se deleita com a imagem de uma mulher vivendo o prazer cru: em um balé único de quadris, roçadas e pernas que se envolvem por onde sentem vontade.
Enquanto sigo meus movimentos tenho um filme único passando em minha mente, sem personagens específicos, apenas um rolê de mãos, toques e genitálias que me marcaram: a primeira vez que senti os peitos de uma amiga encostar nos meus no banheiro da escola; a sensação na língua do pau que chupei semana passada; um amasso na escada de incêndio; um sonho molhado onde caminhava pela rua com os peitos de fora; os movimentos de um pau me comendo por trás durante o banho; uma buceta bem próxima ao meu rosto...
E o orgasmo chega,
Agora me desligando a mente e fazendo o efeito de todo esse fluxo de pensamentos seguir no automático;
Uma pequena morte (que de pequena não tem nada), e que eu entendo cada vez mais porque os franceses o chamam assim;
Um turbilhão que cresce do meu ventre para todo o corpo me fazendo desabar de lado, ainda seguindo com os movimentos do travesseiro entre as pernas. Dura uns segundos mas a onda seguinte parece uma eternidade, que anuncia seu fim com a ponta de meus dedos formigando.
De volta a realidade escuto o barulho da chuva forte lá fora, enquanto deslizo a ponta dos dedos em um toque sutil pela pele recém excitada, ainda respirando forte e tentando me acalmar.
Acontece que, passado o turbilhão, eu quero de novo e a noite tá uma delícia.
Será que tem outra pequena morte vindo aí?
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