O Poder da dança por Isa Zendron

O Poder da dança por Isa Zendron

“A aula de dança mais divertida que você já fez” assim é descrita as aulas da Boate Class, comandadas por Isa Zendron. Isa sempre foi apaixonada por dança e música e cresceu em movimento, graças às aulas de ginástica rítmica. Mas foi só na vida adulta que ela se encontrou com a dança como profissão.

Em um dia completamente dedicado aos apaixonados por ritmos, passos e movimentos conversamos com a Isa sobre a Boate Class, o poder da dança e como ela é uma ferramenta poderosa na nossa relação de auto prazer.

Qual é o poder da dança?

Eu acho que o poder da dança é a gente se expressar sem palavras, poder soltar a movimentação do nosso corpo. Sentirmos o nosso corpo, brincar com ele, perceber o quanto ele é potente e tratá-lo de uma forma mais leve, sem esse peso da imagem e da estética imposto. Eu acho que a dança liberta a gente dessas amarras pra perceber o poder que o nosso corpo tem.

Como a dança surgiu na sua vida?

Eu danço há muitos anos, praticamente desde que eu nasci (rs) e sempre gostei muito de música, de movimentação. Minha mãe e minha família sempre me incentivaram e me ensinaram a dançar desde pequenininha e eu sempre gostei muito. Então minha mãe me colocou na ginástica rítmica que é um esporte que tem um pouco mais de relação com a dança e a música. E dali, eu fui me desenvolvendo. 

Fiz ballet, depois fui para o hip hop. Isso sempre foi meio vital, eu sempre gostei de me mexer. Pra mim, realmente funciona como uma segunda terapia pra me sentir mais leve, desestressar, me divertir. Ter esse momento comigo, com o meu corpo e a música. A dança surgiu assim como a minha formação de personalidade. 

E como você desenvolveu a Boate Class?

Ela veio também nesse momento como um resgate da dança. Eu tinha abandonado a dança por um tempo porque comecei a trabalhar, veio o escritório, CLT, toda aquela burocracia. Levava a dança mais como um hobby e não como uma profissão. Até que resgatei um momento, que coincidiu com o Retorno de Saturno, e fiz um curso de novo, voltei a dançar. Fui fazendo cursos de dança e acabei voltando a querer trabalhar com isso. 

Foi daí que surgiu a ideia da aula. Eu queria dar aula de dança mas de uma forma mais leve e menos burocrática. Foi onde surgiu a Boate Class, dessa minha vontade de dar aula, trabalhar com dança e perceber que faltava um lugar de dança com menos burocracia, que não precisasse fazer matrículas e apresentações de final de ano. Uma coisa mais pra adulto mesmo, né? E para iniciantes, não profissionais.

Foi assim que eu desenvolvi a Boate Class pra gente se sentir numa festa dançando e aprendendo a coreografia. 

Como a dança influencia nosso processo de autoconhecimento?

A dança atua na nossa consciência corporal e é uma relação com o corpo onde a gente para de pensar um pouquinho no automático e direciona o nosso pensamento na região do corpo que a gente quer atingir.  Então, de certa forma, você vai conseguindo perceber as partes do  seu corpo, as movimentações que ele faz, onde a gente consegue contrair e consegue soltar, expandir, relaxar.  

Toda essa consciência corporal faz você conhecer o seu corpo e, dentro desse conhecimento, começamos a nos soltar do autojulgamento, de se criticar demais e vendo que o corpo tem muitas possibilidades  e é livre pra fazer tudo dentro da música. A dança ajuda porque te faz entrar no ritmo e a gente coloca uma música  que nos dá uma consciência intuitiva. A gente vai dançando, desenhando o corpo com a música e com isso a gente vai se permitindo. 

Com essa permissão, a gente vai se autoconhecendo e se amando, se tratando com carinho, entendendo seus limites. Pra dançar, nem todo mundo precisa fazer igual a todo mundo, cada um tem o seu jeito. Conhecer o seu corpo é um autoconhecimento que a gente consegue levar pra vida. E eu acredito que a dança influencia muito nisso, em relaxar o corpo para outras coisas da vida.

"Quando a gente vai soltando o nosso corpo também vai tocando nele. Gosto muito de falar isso nas aulas de, quando a gente vai sentindo a música, de ir se tocando, da gente se namorar mesmo."

Você acredita que a dança pode ser uma ferramenta necessária na nossa busca por autoprazer?

Sim! Quando a gente vai soltando o nosso corpo também vai tocando nele. Gosto muito de falar isso nas aulas de, quando a gente vai sentindo a música, de ir se tocando, da gente se namorar mesmo. 

Perceber esse corpo, nossas curvas, as movimentações. Então é uma forma da gente soltar o corpo pra ter prazer. Muitas vezes, sentir prazer tá muito mais na mente do que no corpo. Então a movimentação dele ajuda a soltar a mente que vai dar possibilidades. Então a dança é uma forma muito legal de auto prazer mesmo. 

Quais os benefícios do movimento no nosso dia a dia, principalmente na quarentena?

Acho que na quarentena, as pessoas acabaram ficando muito paradas, o espaço diminuiu, ficamos muito tempo em casa e com os mesmos movimentos de rotina. A movimentação da dança nos proporciona mexer partes diferentes do nosso corpo e acho que também mexe com o imaginário pra dançar e se permitir ser levado por aquele momento da dança, de se divertir com essa relação. A gente lembra do nosso corpo como um todo e acorda o corpo pra essas sensações. Acho que isso é o mais legal.

Que músicas você indicaria para quem quer despertar o corpo em uma relação de auto prazer?

Acho que as mais lentinhas pra gente ir sentindo o corpo, relaxando. Telepatia da Kali Uchis, por exemplo.

Gosto muito de uma música que te abrace e faça você se sentir confortável e sensual. Que você explore sua sensualidade que é sempre bom. Mas depende muito do dia também tem aqueles que você está precisando soltar mais esse tesão e pode colocar um funkzão pra dar aquela sentada, aquela estimulada na pelvis. Por que não?


Are U gonna tell her?, Tove Lo.

https://open.spotify.com/album/5kaCqETtik8oE7M9D8wxrW?highlight=spotify:track:2qoIbcyKPpe3BKifpAfh53

Sin miedo, Kali Uchis.

https://open.spotify.com/album/00wSTrFxoSzA7eeS1UxHgd?highlight=spotify:track:6tDDoYIxWvMLTdKpjFkc1B

Calambre, Nathy Peluso.

https://open.spotify.com/album/0HvKhpJzjmC5wloza8MjXF?highlight=spotify:track:0K3dGPXHVALEqW8EEQGc3T